Aparentemente, este acto terrorista terá sido desencadeado pela capa do nº 1011 da Charlie Hebdo que seria colocada à venda no dia seguinte. A redacção da revista "convidava" o profeta muçulmano para dirigir essa edição, que excepcionalmente se intitulava “Charia Hebdo”, em alusão à vitória do partido islamita Ennahda nas eleições tunisinas ocorridas pouco antes. Na capa, o profeta aparecia prometendo "100 chicotadas a quem não morrer de riso". No interior do semanário, o conteúdo ia no mesmo sentido da ridicularização do fanatismo.

Foram vários os jornais parisienses que imediatamente ofereceram alojamento para que o Carlie Hebdo se instale provisoriamente. O presidente da Câmara de Paris ofereceu o mesmo. A continiudade da revista esteve facilitada pelo facto de ter os seus arquivoa (de papel e informáticos) noutro local.
O Charlie Hebdo, que se publica desde 23 de Novembro de 1970, tem vivido nos últimos meses algumas dificuldades financeiras e, ironicamente, verá a sua vida facilitada pela solidariedade com que os leitores estão a responder a este atentado, acorrendo em massa aos quiosques. Já em 2005, quando o Charlie publicou as célebres caricaturas dinamarquesas do profeta, a edição vendeu mais de 400 mil exemplares.
O Charlie Hebdo foi criado por Georges Bernier e François Cavanna, uma semana após o encerramento da congénere “Hara-Kiri Hebdo”, que havia nascida no caldo revolucionário do Maio de 1968 mas que o governo mandaria encerrar dois anoa após.

Fontes: JN; asleiturasdopedro.blogspot.com; arquivo pessoal de Zé Oliveira