quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Atentado contra Charlie Hebdo

As instalações da revista satírica francesa Charlie Hebdo foram destruídas numa das madrugadas do início dete mês de Novembro, pela força de um cocktail Molotov. O atentado não foi reivindicado, embora nos dias anteriores tivessem chegado várias ameaças à redacção.
Aparentemente, este acto terrorista terá sido desencadeado pela capa do nº 1011 da Charlie Hebdo que seria colocada à venda no dia seguinte. A redacção da revista "convidava" o profeta muçulmano para dirigir essa edição, que excepcionalmente se intitulava “Charia Hebdo”, em alusão à vitória do partido islamita Ennahda nas eleições tunisinas ocorridas pouco antes. Na capa, o profeta aparecia prometendo "100 chicotadas a quem não morrer de riso". No interior do semanário, o conteúdo ia no mesmo sentido da ridicularização do fanatismo.




Ao mesmo tempo que ficavam destruídos os dois andares onde recentemente se instalara o semanário satírico, o site da publicação era alvo de hábeis piratas informáticos que conseguiram a sua substituição por conteúdo de propaganda islâmica.

Foram vários os jornais parisienses que imediatamente ofereceram alojamento para que o Carlie Hebdo se instale provisoriamente. O presidente da Câmara de Paris ofereceu o mesmo. A continiudade da revista esteve facilitada pelo facto de ter os seus arquivoa (de papel e informáticos) noutro local.

O Charlie Hebdo, que se publica desde 23 de Novembro de 1970, tem vivido nos últimos meses algumas dificuldades financeiras e, ironicamente, verá a sua vida facilitada pela solidariedade com que os leitores estão a responder a este atentado, acorrendo em massa aos quiosques. Já em 2005, quando o Charlie publicou as célebres caricaturas dinamarquesas do profeta, a edição vendeu mais de 400 mil exemplares.
O Charlie Hebdo foi criado por Georges Bernier e François Cavanna, uma semana após o encerramento da congénere “Hara-Kiri Hebdo”, que havia nascida no caldo revolucionário do Maio de 1968 mas que o governo mandaria encerrar dois anoa após.

Na pasdsada década de 70, apareceriam na Península Ibérica duas revistas seguidoras da Charlie (mesmo género de cabeçalho, de papel, de formato, de conceito, de coragem: em Madrid o Hermano Lobo (13 deMaio de 1972) e em Lisboa o Pé de Cabra (30 de Agosto de 1974).

Fontes: JN; asleiturasdopedro.blogspot.com; arquivo pessoal de Zé Oliveira

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